D'Artagnan e seus três mosqueteiros lançaram o conceito, no século XIX: "Um por todos e todos por um". Mas só nos anos 2000, os empresários brasileiros começaram a pôr em prática a ideia do 'unidos venceremos' no mundo fashion, através dos grandes conglomerados de moda, como a InBrands, a maior representante brasileira do nicho. Atualmente, a empresa controla 13 marcas, incluindo Fashion Rio e São Paulo Fashion Week, e só pensa em agregar mais nomes. Pensando na nossa redondeza, as carioquíssimas Farm, Animale e Ausländer uniram suas forças e Oskar Metsavaht é o nome que representa o Grupo Osklen, que reúne Osklen, New Order e o Instituto-e. No backstage do desfile da New Order, encontramos Marianna Arzinaut, coordenadora de estilo da marca, que só vê vantagens em participar de um conglomerado. "Acho ótimo esse conceito. As marcas unem forças e uma dá suporte para a outra, abrindo mais possibilidades", opinou.
Fora do Brasil, os conglomerados já se consolidaram como 'a grande coisa' do momento. A começar pelo LVMH, grupo de luxo que expandiu sua abrangência para muito além do mercado da moda e, além de grandes maisons (como a Louis Vuitton, Marc Jacobs e Givenchy), detém joalherias, empresas de varejo, editoras e grifes de bebidas, incluindo a Möet & Chandon. Daphne Corelli, gerente de produto da 2nd Floor, uma das 'filhas' da InBrands, não tem dúvida de que a mania vai pegar de vez por aqui. "Assim como os conglomerados se espalharam pelo mundo, irão dominar o Brasil. Acho que todos os fatores contribuem", apostou. A estilista da Coca-Cola Clothing, Thais Rossiter, também é do time que confia nos conglomerados, mas alerta que é preciso considerar a individualidade de cada marca. "Os coordenadores do grupo precisam respeitar o DNA de cada grife e deixar que cada uma tenha um diretor criativo, para não engessar o trabalho de todas", disse.
Fã da liberdade que é, Alessa Midani não gosta muito dessa ideia de irmandade e acha que o foco no lucro pode atrapalhar a parte criativa. "Acho que o grande desafio é conseguir manter a criatividade e o faturamento. É o que tenho ouvido por aí. Alguns estilistas acabaram vendendo o coração em nome do lucro, mas acho melhor não dizer quais", acredita. Se a força da união é duradoura, só os próximos anos dirão.
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