sábado, 17 de março de 2012


Editor de moda: como é a vida do cargo mais cobiçado do jornalismo de moda

O Closet On Line inaugura uma nova série de reportagens sobre as mais variadas profissões do fashion world, nesse Profissão Moda nosso leitor vai poder entender como funciona a rotina dos editores de moda. 

Badalado, o cargo de editor de moda é um dos mais ambicionados entre os que trabalham no meio fashion; sendo definido, principalmente para os mais jovens, como o emprego dos sonhos e sinônimo de glamour e fama. Mas, será que é tudo isso mesmo?! Como deve ser o dia a dia de um editor de moda? O fato é que trata-se de uma carreira realmente instigante. A prova disso, está nas produções hollywoodianas onde, vez ou outra, a tem como fonte de inspiração. Retratando a vida de editores de moda poderosíssimos e algumas vezes implacáveis (tal qual Meryl Streep no filme O Diabo Veste Prada), despertando, assim, cada vez mais fascínio e interesse em volta da carreira.
Considerada uma das profissões de maior respeito no setor, essencialmente ela privilegia formação em jornalismo, embora não seja um requisito obrigatório, como explica o editor assistente da revista Aurora do Diário de Pernambuco, especializado em fashion business, Phelipe Rodrigues "Pode fazer economia, direito, engenharia. Mas acho legal ter formação em jornalismo, sim. E, claro, conhecer o esquema da moda por inteiro. O ideal é que você tenha um background como repórter ou produtor. No Brasil, esse caminho é meio estranho. Depois de alguns meses produzindo, as pessoas se dizem editores de moda ou stylists", afirma o editor.
Além de ser essa, uma área que exige uma boa capacitação em moda – graduação, pós-graduação, dentre outros cursos especializados nesse meio.  Sem esquecer de outros predicados fundamentais: " Olho, feeling, paciência. Tem que identificar a novidade antes de todo o mundo, e traduzi-la para que seja interpretada da melhor maneira possível. E lembrar que tudo tem seu tempo. Ninguém nasce editor. Seja assistente, produtor, stylist, repórter....antes de almejar um posto maior. Não há demérito nenhum em subir degrau por degrau. Foi assim comigo", esclarece Sylvain Justum, editor de moda da revista de lifestyle masculina GQ.
Sylvain Justum editor de moda da GQ no Brasil
Ter ousadia, muito comprometimento com o que faz e sabe trabalhar em equipe também são requisitos que integram a cartilha de como ser um bom editor de moda. “Não ter medo do trabalho, não ter medo de ter uma opinião sobre as coisas, manter um bom relacionamento com os profissionais da indústria, conhecer profundamente os assuntos que têm a ver com sua profissão, saber escrever direito, respeitar a linha editorial do veículo para o qual trabalha, saber colocar uma dose de risco no trabalho, olhando e apostando no novo", recomenda Camila Yahn, editora do portal FFW (portal de moda da Luminosidade, empresa por trás do SPFW e Fashion Rio) e idealizadora do evento Pense Moda.
Verdadeiros manda chuvas das redações mais estilosas, o editor de moda é responsável por coordenar o trabalho desenvolvido por sua equipe. "É ele que vai chefiar um grupo, apontar direções, criar uma linha de edição no veículo para o qual trabalha, estar antenado com os acontecimentos e as novidades da moda, criar um olhar próprio, desenvolver uma opinião própria", explica a editora Camila que, indagada sobre como é sua rotina, afirma: " Como editora do portal FFW, eu passo o dia na redação saindo para eventos que realmente são importantes. Faço reuniões de pauta, auxilio a equipe, leio e edito todos os textos, faço minhas pesquisas sobre os assuntos que gosto e que quero falar, cuido da parte executiva do site, e mais um monte de coisas!". Dentre todas as funções do editor de moda, a principal é gerenciar tudo o que vai ser notícia e preencherá as páginas das principais publicações e sites de moda. Satisfazendo, assim, a vontade dos leitores ávidos por informações fashionistas. “O editor de moda define o que é relevante e de que maneira isso entra na publicação. Pautas, reuniões com stylists, discutir detalhes como casting e locação e até acompanhar fotos de still fazem parte da rotina”, resume Sylvain.
Entretanto, as demandas do editor de moda podem mudar ou serem mais específicas de acordo com o veículo em que ele se encontra: “O campo é amplo: pode ser revista, jornal, internet, televisão.... ou nenhum deles, e ser freela. Cada tipo de veículo tem sua linguagem e diferentes níveis de penetração. A função pode até não mudar tanto, mas a maneira com que vamos fazer chegar a mensagem, essa pode mudar completamente”, diz o editor da GQ. Camila Yahn complementa a extensão das atuações de um editor de estilo: “E pode trabalhar como consultor em empresas, agências e marcas. A função é a mesma, mas deve ser adaptada de acordo com a mídia e com a linha editorial do veículo.
Camila Yahn editora de moda do FFW
Campo promissor para o editor de moda, a mídia online têm conquistado um número maior de leitores em relação às publicações impressas. Um fenômeno percebido, sobretudo, nos veículos voltados à indústria da moda, tendo em vista o crescimento de sites especializados no assunto. O que acabou por deixar em evidência o trabalho dos editores de moda online, além de ter agora também direcionado o interesse de muitos - que já almejavam se tornar editores de moda - para o espaço digital. Contudo, embora grandes expectativas sejam postas nesse meio, Cecília Lima, editora de moda aqui doClose On Line, que conhece bem a rotina de trabalho de um editor de moda online, afirma ainda existirem muitas barreiras a serem quebradas pelos profissionais que se aventuram no mundo cibernético. "O mídia online tem um ritmo próprio, muito diferente do meio impresso. Em semanas de moda, por exemplo, não colhemos informações para a próxima edição da revista, tudo tem que ser muito rápido, praticamente em tempo real.
Se no jornal impresso era aquela loucura com deadline apertado, nos sites jornalísticos a coisa piora muito, afinal, ganha quem sai na frente e com as melhores informações. Além disso, a maioria dos sites tem um material humano menor, pois infelizmente o online sofre muito preconceito das marcas e das assessorias, que não conseguem enxergar o potencial dos memos. Os números em si não são suficientes para mostrar que o alcance do meio digital é infinitamente superior e mais barato”. Cecília relata um pouco de sua experiência pessoal para exemplificar como geralmente funciona o começo de um editor de moda no ramo digital. “Mas para ser um bom editor de moda online, não basta só entender de moda ele tem que entender e muito de internet. Esse é o grande diferencial do meu trabalho, tive que me reciclar, no começo era uma usuária qualquer, que pesquisava e passava email, mas não tinha idéia de como a maquina funcionava. No meu começo penei para entender que só o bom conteúdo não adiantava no meio digital, me via com acessos baixos, enquanto outros sites conseguiam um sucesso fora do comum. Fui fazer cursos de otimização de sites e estudar a fundo a respeito de mídias sociais e de marketing digital para poder entender como fornecer o melhor o conteúdo para nossos leitores, e com isso levantar minha audiência”. Determinação e agilidade não podem faltar ao editor de moda que deseja investir na internet; onde precisa mostrar, antes de tudo, ser um profissional bastante versátil. "Além de todo esse trabalho o editor de moda online, precisa fazer um pouco de tudo, pautar, tratar imagem, modificar textos. Um exemplo comum é mudar o título da maioria das matérias, tenho até pena às vezes, o jornalista capricha tanto na poetização do título e eu tenho que simplificar a chamada que ficaria linda numa capa de revista ou no destaque impresso em um jornal, além de ter que dar explicação a quem escreveu o texto. Tudo isso porque a primeira coisa que tenho que pensar é na hora de titular um post é: como o leitor buscaria essa informação no Google, chega a ser engraçado, mas é verdade". Ela ainda destaca os prós e contras de ser um editor de moda online: "O mais legal de trabalhar o online é que todo esse conteúdo gerado fica ali para consulta a qualquer momento, diferente dos meios impressos que precisam de um espaço físico. O difícil hoje de trabalhar com conteúdo digital é que todas acham que isso é muito fácil fazer, além da falta da ética profissional, já tivemos empresas grandes copiando conteúdo e colocando em seus blogs corporativos sem nossa autorização. Além do velho preconceito da parte de muitos profissionais da área que não vêem nem tratam esse formato de maneira séria".
Cecilia Lima editora do Closet On Line durante o Fashion Business
Apesar de poder trabalhar em diversos veículos, ainda sim é o impresso o campo de atuação preferido de muitos profissionais da área, segundo o editor Phelipe Rodrigues. “Revista é a praia de um editor de moda. Além do formato tradicional, a comunicação seletiva e mais sofisticada das revistas, hoje, está nos jornais e em várias publicações para internet”. Ele também explica como funciona a rotina de um editor de estilo em revista e no jornal. “Um editor de moda em revista deve antecipar para os leitores tudo o que vai ser desejo no futuro próximo. É ele quem decide o que mostrar e de que forma mostrar. Junto com repórter, stylist, maquiadores, fotógrafos, decide a forma certa de mostrar as roupas. O ideal seria que ele frequentasse os desfiles daqui e de fora. Além do que é mostrado na passarela, as pessoas que se alimentam da moda também fornecem muito material para pesquisa e produção. Em jornal, a função de editor de moda muda bem. Precisamos falar com um público maior, a comunicação não é específica, você não está falando com uma mulher elegante, de 40 anos e consumista. Monto uma história pensando no maior número de interlocutores possíveis”, conclui.
Para quem achava que a vida de um editor de moda se resumia apenas à reserva na primeira fila dos principais desfiles, trânsito livre e intimidade com os ícones mais requisitados do cenário fashion, Sylvain Justum dá o recado: “É isso também. Mas antes disso há muito trabalho, dias intermináveis, fins de semana perdidos e muita pressão”. Phelipe é ainda mais incisivo, “quem fala isso assistiu O Diabo veste Prada e começou a fantasiar sobre isso. Todos acham que alguém que ocupa esse cargo vive ganhando presentes, tomando champanhe. Os editores que conheço têm uma vida dura. Salário de redação não é alto...”, enfatiza o editor.
Mas não é uma tarefa nada fácil conseguir ocupar essa cadeira. Para conquistar o posto, o profissional já deve possuir extensa bagagem na área de moda e comunicação. Além de manter-se sempre antenado com o que acontece ao seu redor, como explica a editora do portal FFW: “Estude e trabalhe bastante, adquira experiência com os mais experientes, leia, se informe, seja uma pessoa culta, faça estágios, cresça devagar e com força, não se ache melhor que os outros. É o seu conhecimento que vai fazer a diferença no final.
Outra coisa que pode implicar é o mercado. Restrito, são pouquíssimas as vagas disponíveis para essa profissão. Fato esse, que se deve a grande parte das publicações não necessitar de muitos editores de moda - na verdade, priorizam apenas um profissional da área -, o que diminui consideravelmente as chances de chegar ao cobiçado cargo. Sylvain apresenta seu ponto de vista sobre o assunto: “Depende da publicação. Existem muitas variantes possíveis. Na GQ é diferente da Vogue, que é diferente de outros veículos. Mesmo os títulos internacionais não seguem um padrão entre si. A figura icônica da editora, como Anna Wintour e Carine Roitfeld é exceção. Temos que parar de achar que uma pessoa só representa o veículo sozinha. Os melhores resultados, na minha opinião, vem justamente das publicações que pulverizam a responsabilidade da moda, que trabalham e assinam como equipe. É um mercado restrito como tantos outros. Cargos de diretoria ou chefia são difíceis de serem alcançados como em qualquer outro setor. A desvantagem é que existem menos veículos de moda – masculina então, nem se fala – no mercado brasileiro do que bancos ou escritórios de advocacia”.
Susana Barbosa editora da revista Elle no Brasil
Entretanto, os que conseguiram interpor os obstáculos, não se arrependem de todo o esforço empregado no alcance da tão almejada função. Para quem deseja ingressar nessa área, Susana Barbosa, consagrada editora da versão brasileira da revista Elle, revela algumas dicas de como chegar lá: "Acho que o melhor a fazer é buscar trabalhar com quem você admira. Ter essa meta, pelo menos, já é um grande começo. Depois basta começar, arregaçar as mangas e estar preparado para uma vida de muito trabalho e dedicação. Quase um sacerdócio. Ter em mente que não se torna editor da noite para o dia também é importante. Antes disso, serão muitos anos de ralação. É bom ver muitas revistas, nacionais e importadas. Conhecer os veículos e investir em livros de fotografia ajuda a ampliar o repertório de referências. Além disso, estar sempre atento às pessoas, às ruas, ver muitos filmes e exposições. Quanto mais cultura tiver, melhor profissional será", finaliza a editora de moda. Glamourosa? Possivelmente. Desejada? Com certeza! Previsível e rotineira? Esquece. De ritmo intenso e acelerado, a profissão de editor de moda é bem mais complexa do que parece. Entender bem do riscado fashion vai muito além de gostar de roupas, sapatos e afins. Exige, antes de tudo, talento, muito estudo e doses cavalares de paciência e disposição, para encarar agendas e dia a dias de trabalho alucinantemente movimentados. Característica inerente em um meio tão cíclico como a moda, onde tudo se constrói e reinventa em um curto espaço de seis meses.    
Conheça um pouco mais sobre os prestigiados editores de moda Internacionais
Anna Wintour
Conhecidos nos quatro cantos do planeta, esses editores ditam moda por onde passam; tendo suas palavras e publicações como verdadeiros mandamentos, seguidos à risca pelos discípulos da moda. No topo da lista dos representantes desta profissão está Anna Wintour. Bem sucedida e influente, a enérgica editora de estilo clássico e temperamento extremista, comanda – dizem com “mãos de ferro” - a edição norte-americana da revista Vogue, a magazine de moda mais prestigiada do mundo. Aparecendo sempre séria nas poses e com seus icônicos corte de cabelo e óculos inseparáveis, Anna Wintour está à frente da Vogue América desde 1988, sendo considerada como uma das mulheres mais conceituadas do mundo fashion.
Nascida em Londres, no dia 3 de novembro de 1949 e filha de pai britânico e mãe norte-americana, Anna nutria desde criança um forte interesse por moda. Começou sua carreira de jornalista de moda como editora-assistente da revista Harper'sBazaar, em Nova Iorque, e depois como editora de moda na revista Viva, publicação feminina do grupo Penthouse. Nela, a então editora pôde ter pela primeira vez uma assistente pessoal e saborear o gosto da fama. Além de começar, cada vez mais, a se revelar uma profissional bastante exigente e temperamental. 
Prestigiada por seu talento e criatividade na produção e concepção das matérias de moda, Wintour transformou o estilo dos lugares por onde esteve. Trazendo capas feitas com celebridades, pessoas em destaque na sociedade, e lançando modelos adolescentes quase desconhecidas (entre elas, nos anos 1990, Gisele Bündchen), conseguiu alavancar as vendagens das publicações, sobretudo, da Vogue. Chamando, assim, a atenção da indústria da moda e assinando definitivamente seu nome como um dos mais imponentes do meio. No Brasil, a coordenadoria de moda da Vogue está atualmente a cargo de Adriana Bechara.
Nina Garcia
Colombiana, nascida em Barranquilla, no dia 3 de maio de 1967, Nina Garcia é uma jornalista especializada em moda que hoje também faz parte do seleto hall dos editores de moda mais poderosos da atualidade. Ex-editora da revista Elle e atual diretora de moda da Marie Claire, iniciou sua carreira na indústria da moda nos anos 80, estudando artes na Universidade de Boston (Boston University).
Em seguida, Nina ingressou na Escola Superior de Moda em Paris e no Instituto Tecnológico de Moda de Nova York. Antes de ingressar no meio editorial, trabalhou no departamento de relações públicas de Perry Ellis e também para Marc Jacobs. A partir daí sua carreira deu uma guinada, levando-a trabalhar na edição americana da revista Elle. Primeiro, assumindo a função de assistente de estilista e editora de mercado, até se tornar a respeitável editora de moda da publicação. Cargo este, que entregou em abril de 2008, para em 2 de setembro do mesmo ano, ocupar o posto de diretora de moda da Marie Claire América.
Nina tem se revelado nos últimos tempos como uma excelente e notável escritora, publicando quatro livros sobre estilo muito bem recebidos pela crítica. O primeiro é intitulado "The Little Black Book Of Style" que, lançado em 2007 nos Estados Unidos, rapidamente se tornou sucesso de vendas no mundo inteiro. O segundo guia de estilo publicado é o "The One Hundred: A Guide to the Pieces Every Stylish Woman Must Own", onde Nina descreve quais peças de vestuário e acessórios uma mulher com estilo deve possuir em seu guarda-roupa. Em setembro de 2009 Nina lança seu terceiro livro, chamado de "The Style Strategy". Recentemente, em julho de 2010, a editora de moda publicou seu quarto guia de estilo que, dessa vez, leva seu nome: O "Nina Garcia's Look Book, What to Wear on Every Occasion”. Este último, assim como os demais da editora de moda, também já virou hit entre os fashionistas. Do lado de cá, quem capitania a edição brasileira da revista Marie Claire é a jornalista Sandra Bittencourt.
Michael Roberts
Diretor de estilo da VanityFair, Michael Roberts é a voz masculina que se destaca dentre esse meio dominado por mulheres pró-ativas e também, por que não dizer, controladoras. Nascido em Buckinghamshire, nos arredores de Londres, Roberts conserva um estilo sóbrio e refinado, características que le garantem, quase que simultaneamente, sempre um ótimo lugar na lista dos mais bem vestidos. 
Formado em artes, Michael começou sua carreira como crítico de moda. Multifacetário, criativo e dono de um extremo bom gosto, hoje, além de administrar o cargo de diretor de moda e estilo na revista Vanity Fair, ele também desempenha trabalhos independentes para demais publicações e estilistas, dirige ensaios fotográficos, atua como ilustrador, artista plástico e fotógrafo.
Carine Roitfeld
Ex editora-chefe da Vogue Paris, Carine Roitfeld nasceu na França, no dia 19 de setembro de 1954. Filha de um famoso produtor de cinema, o ucraniano Jacques Roitfeld, morto em 1999, ela tinha no pai um verdadeiro ídolo. E na mãe, como um exemplo de mulher clássica e elegante. Ingressou no universo fashion aos 18 anos, através da carreira de modelo, após ser descoberta nas ruas de Paris por um fotógrafo inglês. Até se tornar escritora e estilista freelancer da revista Elle francesa, onde permaneceu por quinze anos. Além de prestar consultoria para grifes como Gucci e Yves Saint- Laurent pelo período de 6 anos, tempos depois começou a desenvolver trabalhos de publicidade para a Vogue americana e francesa. Quando, em 2001, foi convidada pelo presidente internacional da Condé Nast (empresa por trás da Vogue), Jonathan Newhouse, para assumir a editoria de moda da revista.
 A contribuição de Roitfeld caiu como uma luva para a versão francesa. Conhecida por ser a mais audaciosa - para não dizer abusada - da família Vogue, encontrou na editora de personalidade forte, e estilo libertário e irreverente, alguém realmente capaz de alavancar sua já arrojada linha editoral. Gestão essa a qual Carine não deixou a desejar. Em seus 10 anos (de 2011 a 31 de janeiro de 2011) de passagem pela revista, ela trouxe à tona editorias que a muitos não se viam neste tipo de publicação. Intrigante, polêmica e nada politicamente correta, a “Era Roitfeld” foi marcada por edições recheadas de glamour, sex-appel nas alturas e também transgressão; trazendo em suas provocativas capas, modelos andróginas e exageradamente magras, muita nudez, cigarro, insinuações sadomasoquistas e peles, para revolta e ira do PETA.
Mesmo afastada dos escritórios de moda, tirar férias da profissão definitivamente não está nos planos de Carine. Bem como a palavra monotonia. Mal esfriaram os anúncios de sua saída da Vogue francesa, logo surgiu a notícia de sua parceria com a luxuosa loja de departamentos norte-americana Barney’s, para qual prestará consultoria na coleção de outono-inverno 2012 da rede. Além do que, também foi convidada por Karl Lagerfeld para trabalhar com o designer, ficando responsável pelo stylist da campanha de outono-inverno 2011-12 da Chanel.
Emmanuelle Alt
Conhecida por seu estilo urbano e low profille, Emmanuelle Alt é dona de uma elegância natural, quase displicente; sendo apontada como uma das “Editrixes” (termo criado nos anos 60 para denominar as poderosas editoras chefes) mais reverenciadas do meio fashion. Além de ser a queridinha dos fotógrafos de moda e dos mais descolados, que adoram se inspirar nos seus looks. Recém-chegada (em fevereiro de 2011) ao posto de editora-chefe da Vogue France, é sucessora de ninguém menos que Carine Roitfeld, a qual, por uma década, foi assistente e braço-direito.
Nascida na França, em 1967, Emmanuelle Alt possui no sangue o DNA da moda. Filha de ex-modelo, sua mãe, Francoise, desfilou para importantes grifes, como Nina Ricci e Lanvin, nas décadas de 60 e 70. Educada em uma das mais importantes escolas de Paris, a instituição Assomption-Lübeck que, coincidentemente, têm como ex-alunas personalidades influentes no universo do estilo, a exemplo de Caroline Deroche da Givenchy, Mathilde Agostinelli da Prada, Victorie de Castellane da Christian Dior, Seward Vanessa da Loris Azarro e Camile Miceli da Loius Vuitton.
Antes de bater cartão na Vogue francesa, onde trabalha desde 2000, Emmanuelle colaborou para as magazines: 20 Ans (em 1993, pelo período de cinco anos), Mixte (em 1998) e na Elle (onde permaneceu até abdicar do cargo  para assumir a função de editora de moda da Vogue). Além de paralelamente também prestar consultoria e fazer o stylist das grifes Balmain, Giuseppe Zanotti e Isabel Marant. Que tem como um dos líderes Franck Durand, diretor artístico da grife, e marido de Alt. 
Edward Nardoza
Outra atual figura masculina muito evidente no mundo da moda é o nova-iorquino Edward Nardoza. Editor-chefe da WWD(women's Wear Daily), tradicional publicação de moda (fundada em 13 de julho de 1910) com profundo foco na parte comercial do ramo. Tida pela mídia especializada como a "bíblia da moda", ela é comandada por Edward desde 6 de março de 2000. Além de chefiar a revista, o editor também dirige a Fashion Group Fairchild (instituição coligada à editora Condé Nast Publications, responsável também pela WWD), onde assume a supervisão pelo editorial das publicações de negócios da empresa.  
Graduado na Universidade de Maryland e com uma licenciatura em inglês, antes de integrar a equipe WWD, foi editor do Jornal Daily News Record e repórter de generalidades para a Calçados News.
Profissional brilhante, com forte tino empreendedor, Nardoza ajudou a expandir a cobertura internacional da WWD em termos de papel, marketing, mídia e finanças; dirigindo seus relatórios em distintos canais de distribuição. Tendo como meta principal a divulgação de várias indústrias verticais, seu trabalho foi marcado pela criação de novas e especiais publicações integradas ao nome Women's Wear Daily.     
Anna Dello Russo           
Uma das editoras de moda mais populares e comentadas do circuito, a excêntrica e divertida Ana Dello Russo concentra as atenções por onde passa. Indo na contramão de sua tradicionalista colega de trabalho, Anna Wintour, seus aparecimentos sempre causam frisson e geram expectativas, assim como também dividem opiniões. Devido aos figurinos nada convencionais e maximalistas usados por ela.
Nascida em 1962, na cidade de Bari, Sul da Itália, e formada em literatura italiana e história da arte pela Domus Academy, em Milão, Dello Russo é dona de um estilo tão pitoresco e dramático quanto a maior parte das obras originárias de seu país. Fazendo da moda uma via de expressão artística, ela é conhecida por incorporar ao seu street style a moda pura e conceitual das passarelas. Editora de moda e consultora criativa da Vogue Japão, a ousada e taxada por alguns de “fashion victim” Anna, não tem medo de arriscar nas combinações e sabe, como poucos, fazer uso do dito popular “Não se leve tão a sério”.  
Auto-descrevendo-se como "fashionista apaixonada", Anna Dello Russo começou sua carreira como jornalista de moda na Donna Magazine, onde trabalhou na equipe de edição. Isso até deixar a publicação e integrar o quadro editorial da Italia Condé Nast, onde labutou por 18 anos. No início, como editora de moda da Vogue Itália e, em seguida, chegando ao posto de editora-chefe da Vogue L'uomo, onde ficou por seis anos (2000-2006). Entediada do mundo masculino, como fez questão de afirmar, Anna largou o cargo na Vogue Homem e investiu no trabalho freelancer. Durante esse período, prestou consultoria para várias maisons de Alta-Costura e também para a Vogue nipônica. Revista da qual hoje é editora-chefe.
Malany Serejo 

 Contribuição de Joana Vilela e Marcelo Valias

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