segunda-feira, 26 de março de 2012


Adequação do vestuário de idosos


Já há algum tempo venho prestando a atenção no desafio que aatividade de vestir pode ser para um idoso. E, recentemente, vi isso acontecer na minha casa. Minha amada vó chegou para mim e me pediu: “Ana, me ajuda a fechar esse sapato”. Gente, não era nenhum sapato com design para jovens, era um produto que comumente vemos nos pés de idosos: super maleável, confortável, antiderrapante…. mas bem dificilzinho de fechar. Qual era a dificuldade? Vou mostrar:
Olhando as etapas da atividade, percebe-se que a largura do fecho e da fivela são exatamente as mesmas, o que oferece uma resistência à entrada no fecho. Em seguida, vem o grande desafio que éenxergar o furo para encaixá-lo. Putzzz, eu tive que ligar a luz da sala para vê-lo! Não existe contraste!!
E nessa mesma ocasião, lá estava a saia… aberta, aguardando alguém que enxergasse o fecho do colchete. Aliás, existe coisinha menor que um colchete?! Ele ganha 10 no quesito discrição, mas ganha 0 no quesito usabilidade. Neste caso específico o fecho do colchete era da mesma cor do tecido, o que também dificultava!
Estou trazendo essa discussão da adequação do vestuário de idosos à tona porque se para idosos sem déficit cognitivos essa atividade já apresenta desafios, que muitas vezes não são vencidos, imagina para aqueles idosos que possuem déficits cognitivos? Além das dificuldades sensório-motoras (destreza, figura-fundo…) existem as alterações cognitivas que podem interferir na iniciativa, no sequenciamento e em outras habilidades fundamentais para o desempenho satisfatório da atividade de vestir.
Sendo assim: Ergonomia da Moda já!!! Pois é, precisamos de mais estudos para adequação das roupas dos idosos…. não concordam?!

Contribuição de Marcel Valias

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